Paraíso dos famosos, as ilhas têm uma face que não aparece no Instagram: miserável, violenta e toca do ISIS
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Conhecidas por serem um paraíso para os mergulhadores, por causa do azul e da visibilidade quase infinita de seu mar, e também como esconderijo dos muito ricos que querem se isolar em seus resorts caríssimos, as Ilhas Maldivas são, para além dessas maravilhas, um país inóspito, com uma das capitais mais superlotadas do mundo, devastada pela pobreza e pela criminalidade.
As Maldivas são duas nações, dois mundos completamente diferentes. O real, composto pela capital Malé, onde quase toda a população mora — e de um jeito miserável —, e o de fantasia, que fica nas outras ilhas, onde estão localizados os resorts. E para onde os turistas vão.
Formada por 1.196 ilhas, das quais apenas 203 são habitadas, e localizadas perto do Sri Lanka e da Índia, as Maldivas são um país muçulmano. E, hoje, o país não-árabe com o maior número per capita de foreign fighters, os combatentes estrangeiros do ISIS.
"Em Malé, cada buraco é habitado. Nas casas, em cada quarto, moram 5, 10, 20 pessoas. Muitas vezes falta luz. Senhoras dormem em esteiras surradas no chão, as paredes são remendadas com chapas, e há lixo, roupas sujas e fedores dos corpos. A cozinha é um fogão velho de uma boca e uma geladeira enferrujada. Não há janelas, mesas, cadeiras. No máximo, uma TV conseguida nas últimas eleições em troca do voto", descreve Francesca, a respeito da moradia da maioria dos cidadãos.
Em cerca de 30 gangues está repartida Malé. Elas são formadas por rapazes que se juntam ora para jogar futebol, mas, na imensa maioria do tempo, para cometer crimes.
"Se você roubar uma manga da árvore do vizinho pode pegar um ano de cadeia. Mas, ao mesmo tempo, a tolerância é total: estamos a serviço dos políticos. E eles te encomendam de tudo, de um serviço de panfletagem a um esfaqueamento. Com tabela de preços. 1200 dólares para quebrar uma vidraça, 600 para queimar um carro, 1600 para agredir um jornalista. Se for útil para eles (até) te tiram da cadeia", diz Kinan, 31, um dos nomes mais conhecidos da criminalidade de Malé, em entrevista a Francesca.
Alguns relatos sobre a vivencia em Malé em Maldivas.
Ainda sim Maldivas tem seu lado exuberante porém existe outro lado da historia.
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Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/reportagens-especiais/o-outro-lado-das-ilhas-maldivas-miseravel-violenta-e-toca-do-estado-islamico/#page5